segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A COZINHEIRA, UMA SACERDOTISA DE EROS


 Através da cozinha consigo manifestar meu Ser maior. Munida de uma paz gigante e um amor pulsante no peito quando adentro neste espaço transbordo de prazer em realizar meus sonhos, criando pratos que irão gerar prazer no outro.

Me sinto como uma abelha que poliniza, vou distribuindo instantes de prazer àqueles que desfrutam dos sabores vindos de minha cozinha. Esse poder fecundo de distribuição faz com que eu queira cada vez mais estar presente na boca do fogão.

A dádiva da criação acompanhada pelo despertar de sensações fazem meu corpo implodir de prazer. Prazer em dar, receber, compartilhar.

Em atitude de amor a mim mesma me realizo ao causar prazer no outro, tal qual uma Sacerdotisa  que provoca o êxtase.

Êxtase a ser sentido além das palavras, a ser vivido com a experiência, com o degustar. Trabalhando com sabores, que não podem ser definidos, a cozinheira seduz para que seus pratos sejam gozados com sabor.

A cozinheira, uma Sacerdotisa de Eros, sensibiliza o corpo para viver a alegria, o brincar, o celebrar. Sua arte alquímica leva a fazer amor consigo mesmo, se faz amor com os lábios, com a língua, com o nariz, com as víceras. Tudo é feito para dar prazer.

Rubem Alves diz: " A cozinheira pensa que o prazer do corpo e a alegria da alma são os objetivos supremos da vida. E para isso ela cozinha: para dar prazer e alegria. A comida não é um meio; ela é um fim. A cozinheira é uma Sacerdotisa de Eros. Todo o seu saber está a serviço do sabor. O saber é um meio para se viver. O sabor é o fim para que se vive."


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