A essência do fruto
No começo era só uma laranja, uma laranja cor de laranja, casca lisa, tamanho p, um redondo ovalado.
Brinco com ela, exploro a textura de sua casca, deslizo-a em meu braço, pernas, ventre.
Era gelada e provocava um tremor, aos poucos esquentava e se amoldava ao meu corpo.
O calor se iguala e a laranja se integra.
Curiosa com os prazeres que vem além da casca, começo a despí-la sem pudores.
Descasco-a e vou sentindo seu suco melando minhas mãos, um aroma cítrico adocicado invade meu ser e desperta uma vontade de quero mais...
A laranja é cortada em rodelas, gomos, grumos,...
Fecho os olhos, minha boca se abre, um gomo se oferece, de repente aquela semi-lua deslizava minha boca a dentro e distribuia seu néctar denso e viscoso. Então eu sorvia sedenta por eternizar aquele momento.
Meus lábios exploram o fruto, sinto as ranhuras do bagaço amargo, contrastando com o suco doce.
Explosões de prazer brotam em meu ser, o gosto cítrico preenche minha boca, salivo sem parar e me entrego.
Conforme vou experimentando, me soltando, o pensar dá lugar ao sentir, a sedução acontece em sua naturalidade.
Mordo a laranja, chupo seu gomo, sugo seu líquido.
Meu ser agora exala a fragância da laranja, minha boca sutiliza e um gosto único a convida a permanecer naquele estado de êxtase.